Como não é novidade para ninguém, o mercado da tradução está cada vez mais competitivo e saturado, tanto a nível nacional quanto internacional. O principal motivo para isso está no fato de muitas pessoas se acharem capazes de desempenhar a função de tradutor apenas por terem certo conhecimento de outros idiomas. No entanto muitas delas não possuem o conhecimento adequado e o background necessários para isso. Como consequência, surge uma enorme oferta de tradutores amadores que acabam cobrando preços excessivamente baixos para justificar a falta de qualidade e comprometimento com seu trabalho.
A origem do problema – Tradutores Automáticos Não Fazem Milagres
Uma das origens deste problema remonta ao surgimento dos tradutores automáticos, que traduzem o texto de forma mecânica e muitas vezes sem levar em conta o contexto em que está inserido. Entre os tradutores automáticos mais conhecidos estão o Google Tradutor, Wordlingo, Microsoft Translator.
Esses tradutores automáticos são muito úteis para traduções rápidas do dia a dia ou para nos ajudar em viagens internacionais, por exemplo, mas quando se trata de um trabalho profissional de tradução, eles definitivamente não são a melhor ferramenta a ser utilizada. Infelizmente, muitos tradutores amadores ou ‘aspirantes a tradutores’ utilizam esses recursos sem critério e acabam desvalorizando essa profissão tão complexa.
Ainda que os tradutores automáticos estejam sendo cada vez mais desenvolvidos e aperfeiçoados graças aos avanços tecnológicos, o trabalho de tradutores profissionais que possuem profundo conhecimento dos pares de idiomas com os quais trabalha - tanto no âmbito linguístico quanto cultural - ainda é insubstituível.
Como Identificar Se um Tradutor é Profissional?
Vejamos abaixo alguns aspectos primordiais na diferenciação de um tradutor amador de um tradutor profissional:
1 – Domínio Linguístico e Cultural dos pares de idiomas
O objetivo final do tradutor é fazer com que o texto no idioma final se mantenha fiel à mensagem original. Para isso, o profissional precisa, obviamente, ter acentuado conhecimento linguístico dos pares idiomáticos e isso inclui gramática, ortografia, semântica, regência, sintaxe, concordância, pontuação e acentuação. Mas isso não é tudo.
O tradutor profissional, além de conhecer os elementos citados acima, também deve levar em conta as nuances culturais do idioma de destino com o qual trabalha. Portanto, para entregar um trabalho de excelência, deve-se considerar os costumes, os regionalismos, as expressões populares, as gírias e a etimologia dos idiomas. O tradutor amador geralmente não possui esse domínio contextual.
2 – Experiência
Se você precisar realizar um procedimento médico, em quem vai confiar: em um estudante do 3º ano da Faculdade de Medicina ou em um cirurgião com 20 anos de experiência?
A pergunta é retórica, pois a resposta é mais que óbvia. Ter vivência na área torna qualquer profissional mais qualificado para realizar serviços de qualidade, e na indústria da tradução este é um fator decisivo na escolha dos clientes que prezam pela qualidade – eles sempre darão preferência a tradutores que tenham um portfólio extenso e que, de preferência, tenham muitas avaliações positivas em seu perfil, pois isso é um sinal de autoridade no nicho.
Um tradutor profissional deve ter bagagem suficiente para não cair em armadilhas e desempenhar seu trabalho de maneira íntegra e confiável.
Em muitos projetos, as informações devem ser mantidas em sigilo, ou seja, o tradutor deve cumprir os acordos de não divulgação e confidencialidade. Um tradutor amador pode não ter total compreensão desses termos e acabar cometendo erros referentes às políticas de segurança da informação, o que por sinal é um problema gravíssimo e recorrente entre pessoas que trabalham com gestão de documentos de modo geral.
A segurança da informação é um aspecto primordial no âmbito da tradução, portanto tradutores profissionais experientes serão sempre escolhidos para serviços em que a confidencialidade do documento seja exigida, afinal nenhum cliente vai querer correr o risco de deixar seus documentos sigilosos nas mãos de um amador ou de um profissional inexperiente.
3 – Especialização / Qualificação
A indústria da tradução é extremamente abrangente e inclui inúmeros tipos de serviços. Existe, por exemplo, a tradução juramentada, a tradução simples, a tradução técnica, a tradução interpretativa, a tradução investigativa, a tradução simultânea, entre outras.
Muita gente acha que as traduções são todas iguais e que, portanto, qualquer um pode fazê-las. Essa concepção é extremamente equivocada.
Embora todas elas façam parte do nicho de tradução, cada uma possui suas próprias nuances e objetivos peculiares. Um tradutor profissional não é necessariamente um especialista em todas essas vertentes, pelo contrário: ele tem conhecimento de que esses diferentes tipos de tradução existem, porém tem consciência de suas competências e prioriza projetos que estejam dentro de sua área de especialização.
Quase todo tradutor profissional se especializa em determinada área, afinal seu objetivo é entregar trabalhos de alta qualidade.
Por exemplo, um tradutor profissional que tenha muito conhecimento na área de Marketing dará preferência a projetos sobre o referido tema, pois ele tem a certeza de que entregará um trabalho de alto nível e assim terá muito mais chances de reter o referido cliente. Um tradutor amador nem sempre tem essa consciência, e muitas vezes acaba assumindo responsabilidades maiores do que a sua capacidade de administrá-las.
Portanto, podemos dizer que esse é um grande diferencial no que diz respeito a conquistar a confiança de clientes ou clientes em potencial. Ninguém será capaz de entregar um trabalho mais bem feito do que um especialista.
4 – Definição de Prazos
Os prazos estabelecidos pelos tradutores dizem muito mais sobre a qualidade de seus serviços do que se imagina. Rapidez não é e nunca foi sinônimo de qualidade. A tradução de documentos é uma atividade dividida em várias etapas, incluindo pesquisa sobre o tema em questão, edição do texto e, ao final, uma revisão minuciosa – é um processo que exige atenção, dedicação e tempo hábil. É preciso garantir que todos os detalhes estejam corretos para que não haja quaisquer equívocos ou inconsistências.
No entanto, tradutores amadores (que usam artifícios como tradutores automáticos unificamente, como mencionamos acima), muitas vezes oferecem serviços ‘express’, ou seja, com prazos irrealistas e preços bem abaixo da média do mercado, porém nesse caso, o barato acaba saindo muito caro ao cliente.
Um tradutor profissional sabe definir prazos com propriedade – ele é eficiente, porém tem consciência de que seu trabalho demanda tempo e muita responsabilidade, comprometendo-se assim a entregar um trabalho impecável no prazo estipulado. A pressa é certamente inimiga da tradução.
5 – Visão de Negócios
Um tradutor profissional autônomo entende que, por ser seu próprio chefe, ele precisa ter um conhecimento geral de negócios a fim de gerir sua carreira da melhor forma possível. Ele compreende que, além de ter todo o conhecimento que apresentamos acima a nível técnico, ele também precisa ter noções básicas de marketing, vendas, atendimento ao cliente, finanças, gestão de projeto, etc. Todos esses processos são muito bem definidos e executados por tradutores top de linha.
6 – Bom Uso da Tecnologia
Ser um tradutor profissional não significa, de maneira alguma, estar alheio à tecnologia – mas sim saber usá-la com excelência a seu favor. Portanto, profissionais da tradução fazem bom uso de fóruns de pesquisa, glossários, corretores ortográficos, softwares de memória de tradução (CAT TOOLs), ferramentas de gestão, além conhecerem a fundo bons editores de texto como Word e Adobe Pro.
A tecnologia deve ser vista como uma aliada, não como um entrave ou uma fonte de problemas.
Tratando-se de tecnologia na tradução, a Plataforma AIUTA se destaca e combina ferramentas de gestão com a operação de tradução.
Conclusão
Como vimos, a tradução é uma carreira extremamente complexa e para alcançar o nível de um tradutor profissional bem-sucedido, é necessário desenvolver inúmeras habilidades ao longo do caminho.
Não existe milagre ou atalho: para deixar de ser amador e entrar para o seleto grupo de tradutores altamente qualificados é preciso, além de conhecer profundamente os meandros idiomáticos e culturais, respeitar um código de ética que prioriza a confidencialidade, a imparcialidade, o comprometimento e a retidão.